O volume 30, número 1 da revista Cadernos de Saúde Pública já está disponível para leitura, on-line, no Portal ENSP. Essa edição traz, em seu editorial, uma análise do pagamento por desempenho na atenção primária no Reino Unido, redigido pela pesquisadora da ENSP Margareth Portela. “O esquema de pagamento por desempenho britânico tem sido submetido a muitas mudanças e ainda é um ‘trabalho em progresso’ que, certamente, sendo acompanhado, proverá lições sobre o pagamento por desempenho na atenção primária”, ressalta Margareth. A publicação conta ainda diversos artigos de pesquisadores da Escola.
O artigo Discursos sobre o papel e a representatividade de conferências municipais de saúde, de autoria de Julio Strubing Müller Neto (UFMT) e Elizabeth Artmann (ENSP/Fiocruz), apresenta os resultados de um estudo realizado em cinco municípios de Mato Grosso, entre 2009 e 2010, com 30 atores sociais, entre conselheiros e gestores de saúde, planejadores, vereadores e representantes do Ministério Público. Os discursos encontrados refletem um consenso sobre a importância da conferência municipal de saúde, mesmo no caso daqueles que questionam a efetividade de suas decisões no planejamento e na gestão.
Em O financiamento federal da política de saúde no Brasil: tendências e desafios, as pesquisadoras da ENSP Cristiani Vieira Machado, Luciana Dias de Lima e Carla Lourenço Tavares de Andrade analisam as mudanças na participação federal no financiamento da saúde nos anos 2000, enfocando a execução orçamentária do Ministério da Saúde do Brasil. Segundo os resultados apresentados, ‘o maior volume de gastos correspondeu ao programa de assistência hospitalar e ambulatorial especializada e o maior aumento relativo, à assistência farmacêutica e insumos estratégicos’.
Na seção ‘comunicação breve’, os autores Maria Angélica Borges dos Santos e Felipe Bakr (ENSP), Fátima Carvalho Madeira, Klívia Brayner de Oliveira, e Marco Antonio Ratzsch de Andreazzi (IBGE), além de Sonia Regina Lambert Passos (Ipec/Fiocruz), apresentam o trabalho Autonomia financeira em estabelecimentos públicos e privados de saúde no Brasil. O grupo explica que autonomia financeira é um diferencial positivo na gestão pública, sendo referida na Pesquisa de Assistência Médico-Sanitária (2009) por 3,9% dos 52.055 estabelecimentos públicos de saúde. ‘A atribuição de autonomia financeira a estabelecimentos públicos de saúde parece ser definição política local, que não se prende necessariamente a mudanças de natureza jurídica’, destacam.
Em ‘cartas’, Luis David Castiel e Cassius Schnell Palhano (ENSP), em parceria com Danielle Ribeiro de Moraes (EPSJV/Fiocruz), abordam o tema O gerencialismo utilitarista na produção acadêmica em saúde coletiva: a importância de ensaios críticos. O texto busca trazer contribuições para o debate com vários pesquisadores do campo da Saúde Pública Coletiva com base no texto de Kenneth Rochel de Camargo Jr., Produção Científica: Avaliação da Qualidade ou Ficção Contábil?.
Encerrando a participação da ENSP neste volume, a pesquisadora Lenira Zancan traz a resenha do livro Uma ecologia política dos riscos: princípios para integrarmos o local e o global na promoção da saúde e da justiça ambiental, de autoria do também pesquisador da Escola Marcelo Firpo. A publicação analisa os riscos ambientais decorrentes do desenvolvimento econômico e tecnológico e apresenta 11 princípios básicos para uma compreensão contextualizada dos riscos.
A edição completa do volume 30, número 1 da revista Cadernos de Saúde Pública pode ser acessada aqui: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_issuetoc&pid=0102-311X20140001&lng=pt&nrm=iso