Você sabia que a mastigação inadequada pode provocar ganho de peso corporal? Quando mastigamos mal, as partículas dos alimentos não são totalmente “quebradas”. O ato de mastigar tem uma função mecânica e constitui a primeira fase do processo digestivo. Os dentes em bom estado e a articulação da mandíbula eficiente colaboram diretamente para que esse processo seja bem sucedido.
“Por conta do corre-corre, as pessoas acabam comendo muito rápido e não mastigando direito. Assim, as macromoléculas que ingerimos provocam uma sobrecarga no pâncreas e intestino, gerando gases, mal estar e indigestão abdominal”, explica a nutricionista do Serviço de Saúde Comunitária do Grupo Hospitalar Conceição, Fabiana Tentardini.
Além disso, a sensação de “saciedade” fica prejudicada, pois a mastigação insuficiente interfere diretamente no processo de deglutição dos alimentos. “Se a pessoa come muito rápido e não mastiga o alimento até ele ficar mais pastoso, o corpo não entende que o indivíduo está ingerindo a quantidade suficiente de comida. O tempo para a ação dos hormônios que promovem a saciedade diminui quando a mastigação é inadequada, fazendo com que o consumo de alimentos aumente, o que favorece o ganho de peso”, alerta a especialista.
Fabiana diz que é fundamental realizar as refeições sem pressa. “Evite assistir televisão, conversar, mexer no celular, trabalhar ou ficar no computador na hora de comer. Mastigue bem os alimentos, até eles ficarem com uma consistência mais pastosa ou líquida”. A nutricionista lembra que alguns alimentos têm a digestão iniciada ainda na boca e que o processo de deglutição é dividido em três fases: oral, faríngea e esofagiana.
Como funciona – A mastigação é a fase oral da digestão. Sua função é modificar a consistência do bolo alimentar e produzir a saciedade. “Nessa fase, os movimentos são voluntários. Na passagem do bolo alimentar pelo palato mole, se inicia a segunda fase da deglutição. A partir daí, é um processo totalmente involuntário. Por isso na parte voluntária, o indivíduo precisa mastigar de forma adequada, para não atrapalhar todo o processo digestivo”, lembra Fabiana. Pessoas com obesidade, por exemplo, apresentam maiores problemas de mastigação e deglutição, tonicidade dos lábios, língua e bochecha diminuída, além de outras alterações importantes.
A mastigação adequada dos alimentos é fundamental não só para que todas as estruturas possam trabalhar normalmente, como também para ajudar nos processos de saciedade do indivíduo, evitando o sobrepeso e refeições maiores que o necessário. “Além da parte nutricional, um fonoaudiólogo pode ajudar a manter a mastigação adequada, tanto em pessoas que buscam emagrecer quanto naqueles que fizeram cirurgia bariátrica, por exemplo, e necessitam agora encontrar um equilíbrio na mastigação”, finaliza.