O banco de dados brasileiro, que está em vias de publicação para tornar-se de domínio público, é fruto da tese de doutorado do biólogo e geneticista Welbe Oliveira Bragança, do Laboratório de Genômica e Expressão do Instituto de Biologia (IB) e aluno do Departamento de Genética da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp.
"Desde que o inglês Alec Jeffreys desenvolveu a técnica de identificação pelo DNA por VNTRs em 1985, os laboratórios recorrem principalmente ao banco de dados do FBI, que é organizado por grupos étnicos: caucasianos, afro-americanos, hispânicos e orientais. Mas é inadequado comparar o brasileiro com o norte-americano", observa Welbe Bragança.
Segundo Luís Alberto Magna, professor da Faculdade de Ciências Médicas e orientador da tese de doutorado, embora os humanos possuam seqüências de DNA praticamente iguais, trata-se de duas populações distintas, cada qual com suas especificidades – a brasileira, por exemplo, é bem mais miscigenada. "Se ser corintiano dependesse de um gene, encontraríamos muitos aqui, mas nenhum nos Estados Unidos".
O banco de amostras montado por Welbe Bragança traz o perfil genotípico da população do Sudeste, região que agrega indivíduos de todo o país. É uma mostra de 351 indivíduos escolhidos aleatoriamente, quando a literatura prega que 100 já são suficientes. "Esse banco brasileiro vai garantir a precisão no resultado dos exames, atendendo aos níveis exigidos pela crescente demanda científica e forense", afirma o autor da tese.