Doenças cardiovasculares e respiratórias, febre amarela, dengue e envenenamento por animais peçonhentos. Engana-se quem pensa que as mudanças climáticas trarão conseqüências apenas para a vida de nossos netos ou bisnetos. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o aquecimento global já afeta diretamente a saúde da população de diversos países.
De acordo com a OMS, o aumento da temperatura traz alterações no ciclo de parasitas e nas fontes de água e já causa surtos de cólera e malária em países em desenvolvimento. Além disso, carrapatos transmissores da doença de Lyme estão se movimentando para o norte da Europa .
A alta temperatura traz, ainda, maior concentração de poluentes no ar, provocando grande incidência de doenças respiratórias, como asma e bronquite. As alergias também podem ser mais comuns, já que o pólen, responsável por grande parte dos processos alérgicos, fica por mais tempo no ar.
Alterações no clima aumentam a duração de endemias. Devido à alta temperatura e maiores índices de precipitações, a transmissão da dengue é maior no verão. Com o aquecimento global, essa endemia pode passar a ter grande incidência também no outono explicou o pesquisador da Fiocruz Ulisses Confalonieri.
Várias espécies de animais peçonhentos têm seu metabolismo dependente do clima. O aumento da temperatura favorece a proliferação de aranhas, escorpiões e serpentes no território brasileiro. De acordo com o biólogo do Instituto Vital Brazil Cláudio Maurício esses animais podem se movimentar para áreas urbanas: As mudanças climáticas vêm acompanhadas de modificações na vegetação, e estas podem mudar a área de ocupação dessas espécies venenosas.