ace ao Dia Mundial de Luta Contra o Câncer, comemorado em 8 de abril, a Plataforma IdeiaSUS Fiocruz reafirma seu compromisso com o Sistema Único de Saúde (SUS) reunindo em seu ambiente virtual mais de 100 experiências exitosas sobre prevenção, diagnóstico precoce e tratamento do câncer, principal problema de saúde pública no mundo. A doença figura como uma das principais causas de morte e, consequentemente, uma das principais barreiras para o aumento da expectativa de vida em todo o mundo. Na maioria dos países, corresponde à primeira ou à segunda causa de morte prematura, antes dos 70 anos.
A seleção de práticas do SUS trata da importância do rastreio do câncer de mama e do colo do útero, tumores mais incidentes entre mulheres de todas as regiões do país e no mundo e realça a iniciativa de criação de um ambulatório de saúde do homem, focado na prevenção e no diagnóstico precoce do câncer de próstata. Este tumor é o mais incidente entre os homens, atrás apenas do câncer de pele não melanoma, e mostra a mobilização social para a detecção precoce deste mesmo tipo de câncer numa comunidade indígena.
As experiências tratam, ainda, de regulação, sistemas de informação, linhas de cuidado de alta resolubilidade, articulação entre saberes popular e científico na prevenção dos tumores mais incidentes no país, notificação de cânceres relacionados ao trabalho. Também são apresentadas soluções de controle do tabagismo, fator de risco para tumor da cavidade oral, oitavo câncer mais frequentes no Brasil e cuja estimativa é de 15.100 casos para cada ano do triênio de 2023 a 2025, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), e de pâncreas, na 14ª posição entre os mais frequentes, com estimativa de 10.980 casos para cada ano do triênio.
Para conhecer cada uma dessas experiências, acesse a Plataforma IdeiaSUS Fiocruz.
Números da doença no país
São esperados 704 mil casos novos de câncer no Brasil para cada ano do triênio 2023-2025, com destaque para as regiões Sul e Sudeste, que concentram cerca de 70% da incidência. São estimadas, ainda, ocorrências para 21 tipos de câncer mais incidentes no país, começando a lista pelo de pele não melanoma (31,3% do total de casos), seguido pelos de mama feminina (10,5%), próstata (10,2%), cólon e reto (6,5%), pulmão (4,6%) e estômago (3,1%).
O cenário apontado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), na publicação Estimativa 2023: a incidência de câncer no Brasil, inclui o câncer de fígado entre os dez mais incidentes na Região Norte, estando relacionado a infecções hepáticas e doenças hepáticas crônicas. O câncer de pâncreas, por sua vez, além de ocupar a 14ª posição geral, está entre os dez mais incidentes na região Sul, sendo seus principais fatores de risco a obesidade e o tabagismo.
Em homens, o câncer de próstata, considerado um tumor da terceira idade, já que cerca de 75% dos casos novos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos — ainda que atinja outras faixas etárias —, é predominante em todas as regiões, totalizando 72 mil casos novos estimados a cada ano do triênio, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. O Instituto informa, também, que entre a população masculina, nas regiões de maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), os tumores malignos de cólon e reto ocupam a segunda ou a terceira posição. Ao passo que, nas de menor IDH, o câncer de estômago é o segundo ou o terceiro mais frequente.
Nas mulheres, sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama é o mais incidente, com 74 mil casos novos previstos por ano até 2025. O maior risco estimado é observado na Região Sudeste (84,46 casos por 100 mil mulheres), seguido pelo Sul (71,44), Centro-Oeste (57,28), Nordeste (52,20) e Norte (24,99).
Trata-se de uma doença heterogênea, cujo fator de risco mais importante é a idade acima de 50 anos, com grande variação em suas características morfológicas e moleculares e em sua resposta clínica. A maioria dos casos, quando tratada adequadamente e em tempo oportuno, apresenta bom prognóstico, ou seja, altas chances de cura. Entre a população feminina, aponta o Inca, nas regiões mais desenvolvidas, na sequência, vem o câncer colorretal. Ao passo que, nas de menor IDH, o câncer do colo do útero ocupa essa posição.