Uma única dose da vacina Oxford-AstraZeneca ou da Pfizer-BioNTech reduz em mais de 80% as chances de hospitalização por covid-19 de idosos com 80 anos ou mais, apontam dados apresentados nesta segunda (1/3) pela Public Health England (PHE), agência do Departamento de Saúde do Reino Unido.
Conforme os dados publicados no site do governo, a proteção superior a 80% foi observada de três a quatro semanas após a aplicação da primeira dose de ambos os imunizantes. Apesar do bom resultado, cientistas defendem que a administração da segunda dose é desejável para garantir proteção mais perto de 100% possível.
O estudo de efetividade foi feito com adultos acima de 70 anos e ainda não foi publicado em uma revista científica, onde é preciso passar pela chamada revisão dos pares, uma avaliação do conteúdo por cientistas independentes.
No Brasil, apesar da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ter aprovado definitivamente o registro da vacina da Pfizer-BioNTech, ainda não há um contrato fechado de compras deste imunizante pelo governo federal. A vacina Oxford-AstraZeneca, por sua vez, já teve lotes adquiridos e está sendo produzida em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz.
Na semana passada, autoridades de saúde da Escócia divulgaram dados semelhantes aos da Public Health England, classificando os resultados como “espetaculares”.
Também com dados da “vida real”, pesquisadores israelenses publicaram na revista científica New England Journal of Medicine que a prevenção à hospitalização foi de 78% após 21 a 27 dias da primeira dose da vacina da Pfizer, e de 87% após a segunda.
Para o ministro da Saúde britânico, Matt Hancock, os resultados divulgados pela agência são “muito fortes”.
“Eles podem explicar por que o número de internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) entre pessoas com mais de 80 anos no Reino Unido caíram significativamente nas últimas semanas.”
Mary Ramsay, chefe de imunizações da Public Health England, ratificou que há evidências crescentes de que as vacinas estão conseguindo reduzir infecções e salvar vidas.
“Embora ainda haja muito mais dados a acompanhar, o que vamos é encorajador e nos deixa cada vez mais confiantes de que as vacinas estão fazendo uma diferença concreta.”