Dia D contra a Dengue: 80% dos focos estão em residências

O ministro da Saúde Saraiva Felipe disse, no sábado pela manhã (19/11), , em Belo Horizonte, na abertura das atividades do Dia D da Dengue, que 80% dos focos do mosquito estão dentro das casas e quintais e que a população pode colaborar não deixando água limpa e parada no quintal, nos pratinhos dos vasos de plantas, em poças nas calçadas e lajes das casas ou em garrafas que são criadouros do mosquito.
O ministro fez visitas a casas do Bairro União e participou de um ato no estacionamento do Minas Shopping, onde conheceu pesquisas sobre a dengue  da Universidade Federal de Minas Gerais e assistiu a uma peça de teatro que mostra como a doença é transmitida.
O Dia D contra a Dengue deste ano tem o slogan. Faça a sua parte para um Brasil sem dengue. Durante a visita do ministro a sua casa, dona Maria Terezinha de Souza disse que costuma orientar os vizinhos para que não deixem pneus, tampinhas de garrafas jogados no quintal.
As atividades de hoje se estendem por todo o país. Em São Paulo, a abertura da programação ocorreu na Baixada Santista, região do litoral, com a mobilização de associações de moradores, de condomínios e imobiliárias para o combate aos focos em prédios de apartamentos de veraneio.
No Rio de Janeiro, uma feira de Saúde, na Praça da Bandeira, mostra como as pessoas devem combater os focos de dengue em suas casas e equipes de agentes de saúde fazem visitas domiciliares com a distribuição de panfletos.
No Distrito Federal o Dia D começou com uma carreata e prossegue com distribuição de material educativo e exposições sobre as ações de eliminação de focos que cada cidadão deve adotar. Em Fortaleza, foi montada uma exposição na Praça do Ferreira e realizados shows musicais e peças de teatro sobre a dengue.
Dia D – O objetivo do Dia D é fazer uma grande mobilização de toda a sociedade brasileira na luta contra o Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença. Com isso, o Ministério da Saúde, em parceria com as secretarias estaduais e municipais de Saúde, espera evitar uma epidemia semelhante à de 2002, quando houve quase 800 mil casos em todo o país, e manter os níveis de redução da doença de 79% entre 2002 e 2005 (queda de 758.336 para 158.800 casos).
A dengue é hoje problema de saúde pública no mundo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que cerca de 80 milhões de pessoas se infectem anualmente em cem países, de todos os continentes, com exceção da Europa. Dessas pessoas, cerca de 550 mil necessitam de hospitalização, e pelo menos 20 mil morrem em decorrência da doença.
O controle da transmissão do vírus da dengue dá-se essencialmente no nível coletivo e exige um esforço de toda a sociedade, em virtude da elevada capacidade de adaptação e transmissão do seu principal vetor. São imprescindíveis a intensificação das ações preventivas e o fortalecimento da vigilância epidemiológica.
Prevenção: O dia D é acompanhado por outras iniciativas preventivas, entre elas a campanha educativa e de mobilização, já veiculada em TVs, rádios e jornais de todo o Brasil, com o slogan. Para combater a dengue, você e a água não podem ficar parados. A campanha é dividida em duas etapas. A primeira começou no último dia primeiro. Já a segunda fase será veiculada em janeiro de 2006. Estará presente nos principais programas de auditório da TV brasileira e na chamada mídia de mobiliário urbano, como paradas de ônibus, bancas de revistas e estações de metrô e trem.
A campanha publicitária deste ano traz inovações. Além dos tradicionais bonés, camisetas, cartazes, folhetos e inserções na mídia convencional TV, rádio e jornais — haverá um esforço redobrado de comunicação nos municípios prioritários no combate à dengue. A idéia é realizar uma grande mobilização com comunicadores de cerca de 2.050 rádios em mais de 600 municípios em todo o país, o que inclui a participação de artistas locais nessa mobilização.
Segundo o ministro Saraiva Felipe, uma das preocupações do ministério é tentar se antecipar aos problemas que possam surgir, por mais improváveis ou ainda que tenhamos chances de que eles não ocorram. Ele lembra que a dengue causa apreensão, sobretudo porque em todas as regiões do país a temperatura está bastante elevada e, com a chegada das chuvas, estará montado o cenário ideal para a proliferação do Aedes aegypti. Tem que haver uma ação contínua contra a dengue, alerta o ministro, lembrando que há populações vulneráveis a um novo sorotipo do vírus da doença.
Vale lembrar que em 2005, até o mês de outubro, foram notificados 158.800 casos da doença no Brasil. Desse total, 42,6% dos casos se concentraram nos meses de março e abril, com uma tendência de redução a partir de maio. Quando comparado o total de casos acumulados entre os meses de janeiro a agosto com o que ocorreu no mesmo período em 2004 (90.510 casos), observa-se um aumento de 70,7% no número de notificaçõeS.
Apesar dessa tendência de aumento, cinco estados apresentam redução no total de casis modificados em relação a 2004. Até o momento, foram confirmados, em todo país, 247 casos de febre hemorrágica da dengue, com a ocorrência de 25 óbitos.
 

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