A próxima edição do Centro de Estudos da ENSP abordará, no dia 8 de junho, um tema que vem mobilizando a sociedade: o desarmamento voluntário. Para debater a campanha, foi convidado o coordenador do Projeto de Controle de Armas do Viva Rio, Antonio Rangel Bandeira. No dia 6 de maio, o governo federal deu início à campanha para entrega de armas em todo o país, seguindo o Estatuto do Desarmamento, que representa um marco legal no combate à violência armada no Brasil. O Ceensp Campanha de desarmamento voluntário: prós e contras está marcado para 14 horas, no salão internacional da ENSP, será aberto a todos os interessados e não é necessário inscrição prévia.
Conheça o Viva Rio
O Viva Rio é uma organização não governamental, fundada em 1993, engajada no trabalho de campo, na pesquisa e na formulação de políticas públicas com o objetivo de promover a cultura de paz e o desenvolvimento social.
Em 2005, o Viva Rio divulgou os resultados do primeiro levantamento sobre as armas brasileiras e suas vítimas. O estudo Brasil: as Armas e as Vítimas revelou que circulam mais de 17 milhões de armas no Brasil, 90% delas nas mãos da sociedade, e 50% delas na ilegalidade, mostrando o impacto da violência armada na saúde pública.
Na Campanha Nacional de Entrega Voluntária de Armas, realizada de 2004 a 2005, em parceria com o governo brasileiro, igrejas, ONGs e outras entidades da sociedade civil de todo o país, meio milhão de armas foram recolhidas e destruídas. De 1999 a 2003, o Viva Rio participou também de várias destruições públicas de armas, dentre as quais a destruição recorde de 100.000 armas de uma só vez, em 2001. O recolhimento e a destruição de tantas armas combinados com a proibição do porte contribuíram, segundo os Ministérios da Justiça e da Saúde, para a redução das mortes por arma de fogo dos últimos anos.
Desde 2008, o Viva Rio participa na coordenação de duas campanhas nacionais promovidas pelo governo: a de Recadastramento de Armas, para tirar milhões de armas da ilegalidade; e uma nova Campanha de Entrega Voluntária de Armas. Para reforçar essas campanhas, criou a Caravana do Desarmamento, que percorre o país prestando informações e mobilizando a sociedade.
ENSP respondeu Sim ao referendo pela proibição de armas de fogo
Localizada no Complexo de Manguinhos, uma comunidade que sofre diretamente as consequências da violência por arma de fogo, a ENSP estimula produções acadêmicas sobre o tema, que vem sendo cada vez mais tratado como um problema de Saúde Pública. Dados do Sistema Único de Saúde (SUS) mostram que foram gastos cerca de R$ 93 milhões no período de 2005 a 2009 no tratamento de pacientes feridos por armas de fogo no Brasil. Entre janeiro de 2004 e dezembro de 2008, houve 88 mil internações deste tipo registradas em todo o território nacional.
O aniversário de 51 anos da ENSP, comemorado em 2005, foi marcado pela adesão da Escola à campanha pela proibição do comércio de armas e munições no Brasil, promovida pela Frente Parlamentar Brasil sem Armas. Por meio de uma série de debates e palestras, a ENSP mostrou sua preocupação com a questão da violência e da exclusão social, lançando, na época, a campanha Diga Sim para a Vida, que mobilizou todas as instituições vinculadas ao Complexo de Manguinhos para trabalhar pela vitória do SIM ao Referendo do Desarmamento realizado em 2005.
(Como informações do Viva Rio)