Brasil reforça combate à má nutrição e obesidade

País recebe neste mês evento internacional para promover o pacto político global pela alimentação saudável

A importância dos países ampliarem os compromissos políticos com a nutrição e, em especial, no enfrentamento a má nutrição e suas consequências foi destaque durante a abertura da 2ª edição do Evento de Alto Nível da Iniciativa Nutrição para o Crescimento (Nutrition for Growth).

No evento, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, destacou que todas as autoridades mundiais precisam enfrentar os desafios da desnutrição e da obesidade infantil. “Nós temos, no Brasil, 7% de desnutrição e 20% de obesidade. Então, a discussão precisa ser de forma mais ampla, englobar a desnutrição, mas também a obesidade. Temos de discutir o cuidado que precisamos ter na saúde pública”, defendeu.

Nutrition for Growth (Nutrição para Crescimento) ocorre pela primeira vez no Brasil. O objetivo é promover o compromisso político global pela nutrição, aumentando os recursos investidos e trazendo governo e sociedade para trabalharem no progresso das metas e compromissos globais de nutrição. No Brasil, a Iniciativa Nutrição para o Crescimento irá promover discussões sobre formas de alcance das metas globais e melhorias da nutrição, principalmente da infância. O primeiro encontro ocorreu em Londres, em 2012.

A diretora-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Margareth Chan, parabenizou o Brasil pela realização do evento com o Reino Unido. “Estamos em um momento político muito importante para a administração de questões como a erradicação da fome e a garantia de alimentação saudável, a partir da Década de Ação pela Nutrição de 2016 e 2025, e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que envolvem vários países”. Ela ainda parabenizou o Brasil pela recente saída do País do Mapa da Fome.

Atualmente, um terço das crianças de 5 a 9 anos, um quinto dos adolescentes e mais da metade dos adultos em todo o mundo está com excesso de peso. Esses dados resultam em um aumento das doenças crônicas, que estão entre as principais causas de mortalidade e adoecimento. Além disso, é crescente a substituição dos alimentos básicos por alimentos ultraprocessados, com o consumo excessivo de sódio, gorduras e açúcar.

O Brasil tem trabalhado para conter esse avanço. Em julho deste ano, o Ministério da Saúde assinou portaria em que garante que nenhum recurso da pasta seja empregado para aquisição de alimentos não saudáveis, iniciativa que será ampliada para todas as instituições do Sistema Único de Saúde. O material abrange tanto as refeições disponibilizadas no restaurante do ministério quanto nas cantinas e as refeições dos eventos realizados pelo órgão.

A medida prevê o incentivo ao consumo de alimentos in natura e proíbe a venda, promoção, publicidade ou propaganda de alimentos industrializados ultraprocessados com excesso de açúcar, gordura e sódio e prontos para o consumo.

Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério da Saúde