Planos de saúde vão cobrir exames para confirmação de zika vírus

Norma começa a valer a partir desta quarta (6) e abrange grávidas, bebês com microcefalia ou cujas mães tenham sido infectadas

ObrigaçõesA medida faz parte de uma resolução da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). As empresas tiveram um mês para se adequar à norma. A sanção para quem descumprir a regra pode chegar a R$ 80 mil.

Agora, as operadoras terão de oferecer três tipos de exames que já eram feitos na rede pública de saúde: o PCR (Polymerase Chain Reaction), indicado para a detecção do vírus nos primeiros dias da doença; o teste sorológico IgM, que identifica anticorpos na corrente sanguínea; e o IgG para verificar se a pessoa já teve contato com zika em algum momento da vida.

Testes

A previsão é de que os resultados fiquem prontos em até uma semana. A princípio, terão direito à cobertura as mulheres grávidas com suspeita de infecção por zika, bebês de mulheres que foram infectadas e também recém-nascidos com malformação congênita, como microcefalia, associada ao vírus. São os obstetras, ginecologistas ou pediatras que acompanham esses pacientes que devem fazer o requerimento dos testes.

Os exames consistem na coleta de uma amostra de sangue do paciente para análise. Cada um deles acusa a presença do vírus em fases diferentes da infecção: o PCR é indicado para a detecção do vírus nos primeiros cinco dias da doença; o teste IgM identifica anticorpos na corrente sanguínea na fase aguda da doença; e o IgG é para verificar se a pessoa já teve contato com zika em algum momento da vida.

“Esses exames permitem o diagnóstico mais preciso em gestantes e bebês com microcefalia ou com alterações que podem indicar microcefalia. Se confirmada a infecção, todo o acompanhamento tem cobertura dos planos de saúde. A principal motivação [da medida] é melhorar a qualidade da assistência”, explica a diretora de normas e habilitação da ANS, Karla Coelho.

Esses exames passaram a fazer parte do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, já que a epidemia de zika foi considerada uma emergência em saúde pública pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Outros procedimentos

A ANS já determinou que as operadoras forneçam cobertura do pré-natal com o obstetra e exames como a ultrassonografia. Para os bebês, também está prevista ultrassonografia transfontanela (exame que detecta se o bebê poderá ter alguma malformação), tomografia de crânio, exames de audição, neurológicos e de acuidade visual. Vários tratamentos para essas crianças também já possuem cobertura obrigatória, como a estimulação precoce de fisioterapia e consultas com terapeuta ocupacional e fonoaudiólogo.

Diagnóstico

Para o médico e pesquisador da Universidade de Brasília (UnB) Pedro Tauil, a medida é importante para diferenciar a manifestação do zika de outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, como dengue e febre chikungunya.

“Esse diagnóstico é muito necessário, pois o quadro clínico [do zika] é muito parecido com dengue e chikungunya. Quem tem os sintomas apresenta febre baixa, erupção cutânea, manchas vermelhas pelo corpo e algumas dores articulares”, destacou.

Se confirmado o diagnóstico, são tratados os sintomas. No caso de mulheres grávidas, o acompanhamento da gestação ocorre por meio de ecografias para verificar possíveis sequelas neurológicas aos bebês. Para os recém-nascidos, a recomendação é começar o processo de reabilitação o quanto antes.

Fonte: Portal Brasil, com informações da ANS, da UnB e da OMS