Aprovada liberação de mosquito geneticamente modificado para controle da Dengue

A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) autorizou a liberação planejada, no meio ambiente, de machos estéreis geneticamente modificados do mosquito Aedes aegypti, para estudos de viabilidade de uso para o controle da dengue. A decisão foi tomada durante a última reunião da CNTBio realizada em 2010, no dia 16 de
dezembro, que contou a participação de representantes do Ministério da Saúde.

O mosquito geneticamente modificado foi desenvolvido pela empresa inglesa Oxitec-Oxford Insect Technologies. Os insetos da linhagem OX513A servirão de modelo biológico para o controle de vetores de doenças que afetam humanos, como a dengue e a febre amarela, e não apresentam vantagem seletiva ou adaptativa em relação aos
machos da mesma espécie não modificados geneticamente. Os mosquitos serão liberados em pequenas áreas apenas para fins de pesquisa.

A expectativa é que eles possam competir com outros machos de Aedes aegypti pelas fêmeas, de forma que a prole oriunda desse cruzamento morra ainda na fase larval e não seja capaz de transmitir patógenos. Dessa maneira, com contínuas liberações no ambiente desses machos, haverá redução no número de Aedes aegypti e consequentemente a transmissão da dengue poderá ser controlada. Somente as fêmeas do mosquito fazem picada, sendo elas as responsáveis pela transmissão do vírus.
A eficiência e a segurança desta linhagem modificada tem sido avaliada por várias instituições no mundo, como o Instituto Pasteur na França e o Center for Medical, Agricultural and Veterinary Entomology nos Estados Unidos, além da Universidade de São Paulo. No Brasil, este é o primeiro experimento autorizado para estudos e deverá apresentar seus primeiros resultados ainda em 2011 à CTNBio. Acredita-se que a liberação de mosquitos transgênicos pode auxiliar no controle da dengue, pois os métodos atuais não tem obtido o êxito desejado no controle da transmissão
da doença no país.

Os insetos serão liberados em cinco áreas distintas, sob a responsabilidade de Margareth Capurro, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP), e Aldo Malavasi, da Biofábrica Moscamed Brasil – organização social ligada ao Ministério da Agricultura.

Fonte: Informe Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde

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