Hospital universitário quebra recorde de cirurgias bariátricas

Estatísticas divulgadas anualmente pelo Ministério da Saúde mostram que o Brasil vive um crescimento ininterrupto da população com sobrepeso e obesidade. Dados da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) mostram que a luta contra a balança faz parte do cotidiano de 52% da população adulta do país. Há nove anos, o excesso de peso atingia 43%, um aumento de aproximadamente 27 milhões de brasileiros obesos ou com sobrepeso.

Para tentar evitar essa evolução, o Hospital Cassiano Antonio Moraes da Universidade Federal do Espírito Santo (Hucam-Ufes) conseguiu, em 2015, um recorde de operações bariátricas em relação aos últimos 14 anos. Foram 151 operações realizadas em pacientes com nível elevado de obesidade e outras doenças associadas; um aumento de cerca de 50% em relação ao ano anterior. Outro dado importante é que a taxa de mortalidade foi zero, ou seja, nenhum paciente morreu em decorrência da cirurgia.

Segundo o chefe da Unidade de Cirurgia Geral e coordenador da equipe de cirurgia bariátrica do Hucam, Gustavo Peixoto, o sucesso do programa não se resume à área assistencial, mas também ao ensino e à pesquisa, compondo os três pilares que sustentam a missão do hospital universitário.

Tipos de procedimentos – O uso de técnicas menos invasivas, como a videolaparoscopia, contribuiu para o resultado. O Hucam, administrado pela Ebserh, é o único hospital da rede pública no Espírito Santo que faz cirurgias bariátricas com esse método, capaz de acelerar a recuperação do paciente e causar menos dor. Em 2015, foram realizados 21 procedimentos.

“A realização da cirurgia bariátrica por meio de videolaparoscopia ocorre porque temos o compromisso de oferecer ao aluno o ensino da melhor técnica possível. Além disso, há pesquisas acadêmicas sendo desenvolvidas a partir da experiência no programa”, afirma Peixoto.

Os tipos de cirurgia bariátrica mais realizados foram o bypass gástrico, que realiza um desvio da parte intestinal e reduz drasticamente o tamanho e volume do estômago, e a gastrectomia vertical, em que o estômago do paciente obeso é grampeado em forma de tubo, que vai do esôfago até o duodeno, reduzindo em até 80% do seu tamanho.