Ministério da Saúde investiga caso suspeito de febre amarela

O Ministério da Saúde foi notificado, pela Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Norte, de caso suspeito de febre amarela na capital Natal, próximo ao Parque das Dunas. A pasta acompanha a investigação e ofereceu apoio às secretarias de saúde do Estado e do município na condução do caso.

O Ministério da Saúde classifica o caso como suspeito até a conclusão das investigações, mas ressalta que não há evidências epidemiológicas que sugerem a transmissão do vírus da febre amarela no município, visto que, nos últimos seis meses, não há ocorrência de novos registros da doença.

Sobre o caso em investigação, a paciente teve o início de sintomas (não compatíveis com febre amarela) no dia 28 de junho deste ano. Ela evoluiu para o óbito em 6 de julho. Vale ressaltar que a paciente não tinha histórico de viagem à área endêmica da doença. Os resultados dos exames laboratoriais realizados pelo o Instituto Evandro Chagas (IEC), em Belém do Pará, e confirmados pelo Instituto Adolfo Lutz (IAL), em São Paulo, sugerem infecção pelo vírus da Febre Amarela. O Ministério da Saúde foi informado dos resultados no dia 22 de dezembro. No entanto, ainda é necessário complementar a investigação.

É importante destacar que não houve, até o momento, outros casos suspeitos em humanos ou em primatas não humanos (PNH) confirmadas no estado do RN, bem como não existem evidências de transmissão do vírus em humanos no município de Natal (RN) desde 1930.

Para esclarecer o caso, estão em curso outras medidas: investigação epidemiológica do caso; estudo ecoepidemiológico (coleta de insetos e do material biológico dos primatas para pesquisa do vírus); e a realização de exames laboratoriais adicionais nas amostras já coletadas.

A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda transmitida por mosquitos. No continente americano, são observados os ciclos de transmissão urbano e silvestre. O urbano tem o homem como principal hospedeiro, sendo o principal vetor o mosquito Aedes aegypti. No ciclo de transmissão silvestre o macaco é o principal hospedeiro do vírus e os vetores são espécies silvestres de mosquitos, principalmente dos gêneros Haemagogus e Sabethes. Os últimos casos de transmissão urbana no Brasil ocorreram em 1942, no Acre. Desde então, todos os casos registrados foram decorrentes do ciclo silvestre de transmissão.