Proposta obrigaria SUS a vacinar contra catapora

Doença frequente no final do inverno e no início da primavera, a catapora — cuja denominação científica é varicela — pode ser prevenida com vacina já disponível em clínicas particulares. Projeto pronto para ser votado pelo Plenário do Senado (PLC 5/09) inclui essa vacina no calendário básico de vacinação da criança, da rede pública, e determina que o Sistema Único de Saúde (SUS) ofereça os meios necessários para que ela seja distribuída gratuitamente.

O projeto acrescenta ao calendário oficial também as vacinas contra hepatite A, meningocócica conjugada C, pneumocócica conjugada 7-valente e pneumococo. O Ministério da Saúde informa que foram incorporadas neste ano, no calendário da rede pública, as vacinas pneumocócica e a meningogócica tipo C.

Varicela

Embora o calendário de vacinação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) já recomende a vacina contra varicela, ela ainda não é oferecida pelo SUS. A organização recomenda a vacina com um ano de idade e uma segunda dose entre os quatro e seis anos de vida.

— Na comunidade médica, não há dúvida de que a vacina é fundamental. Não se discute se ela é importante. O Ministério da Saúde não a adota provavelmente por causa dos custos — afirma a pediatra Inez Cavechia.

De acordo com ela, a eficácia da vacina é de cerca de 95%. Os efeitos colaterais e a taxa de contágio após a vacinação são pequenos. Ela lembra ainda que, embora seja considerada doença benigna, em razão do baixo índice de mortalidade registrado, a catapora pode apresentar complicações terríveis que podem levar à morte. Os efeitos da doença, segundo a pediatra, são mais graves em menores de um ano, gestantes e pessoas com baixa imunidade.

Exceções

O Ministério da Saúde informa que a vacinação contra a catapora é realizada pelo SUS apenas para as populações indígenas, tendo em vista a alta letalidade observada nesses povos.

A vacina pode ser aplicada também a pacientes imunocomprometidos (aqueles com leucemia linfocítica aguda e tumores sólidos em remissão); candidatos a transplante de órgãos (fígado, rim, coração, pulmão e outros órgãos sólidos), pelo menos três semanas antes da cirurgia; profissionais de saúde que atuem no ambiente hospitalar; e HIV positivos.

A inclusão de novas vacinas na rede pública é definida, segundo o Ministério da Saúde, por um comitê técnico formado por especialistas em saúde pública do próprio órgão, sociedades médicas e universidades.

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