A revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz acaba de registrar aumento no seu fator de impacto, atingindo o índice de 1,592, de acordo com o Web of Knowledge, da Thompson Reuters, empresa multinacional responsável por avaliar a relevância da contribuição dos periódicos científicos de todo o mundo. “O crescimento reforça o destaque da publicação centenária nas áreas de Parasitologia, Medicina Tropical e Microbiologia, sendo a revista com os maiores índices de prestígio e influência do Brasil e da América Latina medidos pelos indicadores Eigenfactor score e Article Influence Factor”, destacou a editora-chefe da publicação, a pesquisadora Claude Pirmez.
A revista tem o terceiro maior fator de impacto do Brasil. Na America Latina, é a primeira colocada em seis áreas: Parasitologia, Medicina Tropical, Doenças Infecciosas, Microbiologia, Imunologia, Bioquímica e Biologia Molecular. Para chegar ao índice, o cálculo é feito com a divisão do número de citações registradas nos últimos dois anos pelo número de artigos publicados pela revista no mesmo período. Isso torna o índice uma importante ferramenta para a avaliação de periódicos científicos.
Considerando um outro indicador calculado pela Thompson Reuters, o fator de impacto de cinco anos, a revista é uma das poucas publicações latino-americanas com índice acima de 2. Criada em 1909 pelo próprio Oswaldo Cruz, a revista alia tradição à inovação. São mais de quatro mil artigos nacionais e internacionais disponibilizados gratuitamente em um site moderno e dinâmico. Clique aqui e confira.
Pesquisadores investigam rota do vírus Mayaro no Brasil – Na mais recente edição da revista Memórias do IOC, um estudo relata, pela primeira vez, evidências da presença do vírus Mayaro no Pantanal do Mato Grosso do Sul, comumente encontrado na região Norte do país. Pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) encontraram, na localidade de Nhecolândia, dados que apontam o contato de cavalos, ovelhas e jacarés com o vírus: foram encontrados anticorpos para o vírus Mayaro nestes animais, o que é um indicativo da sua presença na região.
A detecção de anticorpos em cavalos é interessante porque indica a circulação do vírus Mayaro em uma camada mais baixa da floresta do Pantanal, próxima ao solo. “O vírus Mayaro, a princípio, circula na parte alta da floresta entre primatas e mosquitos diurnos que apresentam maior atividade na copa das árvores. Entretanto, estes vetores podem eventualmente se aproximar do solo e picar outros animais”, explica Alex Pauvolid-Corrêa, que desenvolveu o estudo durante o doutorado no Programa de Pós-graduação em Medicina Tropical do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).
Uma hipótese é de que essa transmissão ocorra quando mosquitos infectados picam equinos ao se deslocarem entre as árvores do Pantanal – que, em área de cerrado são naturalmente espaçadas. Ainda não se sabe, porém, quais as razões para a presença do vírus na localidade. “Por enquanto, não podemos precisar se o vírus foi trazido para a região, talvez por aves migratórias, ou se ele sempre esteve presente, porém sem ainda ter sido identificado”, afirma. Interessante, entretanto, é que em um estudo anterior também conduzido com cavalos na mesma região em 2007 todos os animais analisados foram soronegativos para o vírus Mayaro”, completa.
Os estudos de Alex, que atualmente faz pós-doutorado no Centro para Prevenção e Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês), nos Estados Unidos foram orientados pela virologista Rita Nogueira, chefe do Laboratório de Flavivírus do IOC/Fiocruz. A pesquisa também encontrou anticorpos para o vírus da encefalite equina Venezuelana nas amostras analisadas, um indicativo da circulação do mesmo na região.